quarta-feira, 24 de março de 2010


Há algumas semanas participei de uma entrevista de estágio e me foi pedido uma redação, onde eu falasse sobre o porquê eu devo ocupar tal vaga. Pensei em falar sobre minhas qualidades. Mas enrolei, enrolei, enrolei... Até falei sobre algumas, mas finalizei com a seguinte frase: "Antes de tudo, existem dois adjetivos em mim que me instigam sempre: curiosidade e vontade aprender. Com eles eu sei que vou além e quero sempre mais e melhor".

Concorrer a uma vaga nunca é confortável. Você fica imaginando "Será que tô bem vestida?", "Vão reparar na minha unha roída?", "E se ele mandar eu fazer algo que não domino ou não sei?". Sempre dá aquele friozinho na barriga. Lógico que isso faz parte do cotidiano de quem estuda, busca uma vida melhor e não é filho de pai rico (e empresário), ou ganhou na Mega Sena. Agora, tem coisas que só acontecem em Santarém (lê-se: cidades pequenas). Por exemplo: ir numa entrevista de estágio e encontrar toda a sua turma. Quando vim morar aqui pensei que seria menos concorrido o destaque profissional, devido o porte da cidade. Mas com o tempo percebi que não é bem assim. Você precisa se doar muito mais, pois seus defeitos ficam mais visíveis a olho nú, muito mais que seus adjetivos, principalmente aqueles que ainda estão sendo construídos.

Não é difícil de isso acontecer por aí, mas imaginem São Paulo com dez milhões de habitantes, ou melhor e mais perto, Belém, com mais de um milhão; uma cidade com mais de cinco faculdades com o curso de jornalismo, que devem somar centenas de alunos, e então você chega para a entrevista e metade da sua sala estará concorrendo àquela vaga. Imaginou? Isso só aconteceria se sua faculdade abrigasse os melhores alunos da cidade.

Mas em Santarém, isso aconteceu. Duas faculdades e pouquíssimas turmas; ainda bem, pelo menos assim sobram vagas. Certo? Nem tanto... Como já citei, você precisa se doar muito mais. Além de não sobrarem vagas, aqui todos se conhecem. Sem precisar consultar redes sociais, o mais fácil e viável de cidades como Santarém é sair perguntando sobre como fulano se porta perante as aulas. E aí fica aquele receio: Eu devo manter uma postura correta sempre, inclusive perante a sociedade? E minhas fulgas para a liberdade? E os passeios em bares com amigas bêbadas? Hum... penso que coisas como estas fazem parte de fases, mas não deixam de ser boas de se aproveitar. Vez ou outra me bate uma saudade... E olha que ainda vou fazer 24 anos (na próxima sexta, diga-se de passagem).

Achei esse fato engraçado. Colegas de turma disputam vagas juntos. Geralmente, nas turmas de faculdades poucos se salvam. E quando as turmas são poucas, a mão de obra fica escassa, tornando a seleção bem mais delicada. Talvez seja por isso a pesquisa profissional informal.

No nosso caso, a turma está em pouca quantidade. Perdemos para administração, pedagogia, turismo, etc. Mas em qualidade, garanto que boa parte da turma se destaca. Seja lá em que ramo: foto, vídeo, produção, assessoria e milhares de direções que o jornalismo nos permite seguir.

Eu só sei que tô de dedo cruzado. Experiências novas por aí, se Deus quiser.