sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dona liberdade, paga minha faculdade?


Hoje acordei com um plano na minha cabecinha de idéias férteis. Minha vontade agora é ser médica. Sim, bem diferente de jornalista, quero ser médica, pois sei que vou ganhar din-din, bufunfa, o famoso faz-me rir.
Pra quê pagar faculdade se nem de diploma eu preciso para exercer minha profissão? Já sei que tenho jeito pra coisa, ué. Entrei na academia justamente para aprimorar esse "jeito" e entender melhor o que é ética no jornalismo, o significado de injúria, calúnia, difamação e não sair falando besteira por aí.
Minha intenção era, até hoje, ir além de escrever textos de forma correta, aprender com a rotina como se busca uma informação e ter desenvoltura para falar bem na telinha.
Entender o tal do lead, sublead, o peso da redundância, as técnicas fotográficas e muitos outros assuntos que considerava serem CRUCIAIS para me tornar jornalista, desceu pelo ralo capitalista. Quando querem, fazem a constituição se adequar ao tempo.

A exigência do diploma para o exercício do jornalismo, prevista no Decreto-Lei 972 de 1969, acredito que nos permitia uma profissionalização e mais qualidade na atividade jornalística.
Botar a culpa na liberdade de expressão, dizendo que a fere, é pura balela, pois todos sabem que hoje pra se expressar não precisa de muito esforço. Hoje, já existe liberdade garantida para quem quiser expor sua opinião, como entrevistado ou profissional de uma determinada área. Não são apenas os formados em jornalismo que podem se expressar. Onde já se viu isso?

Desconhecer os valores e esforços de uma gente que, assim como o médico, o advogado, o engenheiro, luta por uma profissão que gosta, é considerar em vão a prática de aprender. O mesmo acontece com o informata. Ele passa anos estudando, gastando para se aprimorar e vem um autodidata, que faz um cursinho básico de web design, cobra mais barato e passa na frente.

Esse papo besta de quem assistiu às aulas terá “vantagem” do ponto de vista do mercado, sobre os demais candidatos a uma vaga de jornalista, como afirma o advogado-geral da União, José Toffoli, não é válido pra mim. Posso não ter paciência para entender a Constituição, mas sei que a fama de jornalista ganhar pouco e trabalhar muito é real. E que a grande maioria não tem como foco de contratar pessoas qualificadas por completo, principalmente nessa profissão e no Estado que me encontro. Uma mão de obra barata, um texto bonito e arrumado, presença de tela, já bastam para pagar um salariozinho-inho-inho.

Sinceramente, de hoje em diante o estímulo que me levava a batalhar pelo canudo, não é mais o mesmo. Para mim o que apura as informações, faz entrevistas, edita, sabe que para informar é preciso qualidade, tem propósitos éticos, conhece os dois gumes, práticos e teóricos, e muito mais, é chamado jornalista. E isso, nós aprendemos na academia.